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voltarApenas 1% dos profissionais empregados vê a remuneração como o fator mais importante para aceitar uma proposta de emprego
Pesquisa da Robert Half revela também que 57% dos empregados negociariam melhor o salário caso certos incentivos não fossem ofertados
A Robert Half, consultoria de soluções em talentos, acaba de lançar a terceira edição de sua pesquisa de benefícios. Não restam dúvidas de que o cenário que afligiu o mercado de trabalho nos últimos dois anos mudou de forma irreversível as perspectivas dos profissionais em relação às próprias carreiras e também à visão que eles tinham sobre os incentivos ofertados pelas organizações. Do outro lado, as companhias passaram a enxergar a relevância dos benefícios nas estratégias de atração e retenção de talentos, proporcionando ajustes nas cestas de modo a adequá-las melhor ao momento e às necessidades dos colaboradores.
Segundo o estudo, a esmagadora maioria (99%) dos profissionais empregados afirma levar os benefícios corporativos em consideração para aceitar, ou não, uma proposta de emprego. Entre eles, 57% revelam que, caso auxílios julgados importantes não forem oferecidos, buscariam a negociação de um salário mais alto. Já entre os desempregados, 93% dizem avaliar os benefícios antes do aceite, sendo que 40% deles negociariam melhor o salário a depender dos incentivos ofertados.
“Após situações desafiadoras, as pessoas tendem a repensar aspectos importantes de suas vidas. Hoje, os profissionais não mais se contentam apenas com altos salários”, destaca Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul. “No mercado de trabalho moderno, as estratégias de atração e retenção dos melhores talentos precisam ir muito além de remunerações competitivas e, diante desse novo contexto, as empresas precisam compreender o pacote de incentivos como parte da estratégia de negócio”, reforça Mantovani.
TOP 5 – Benefícios mais importantes para os profissionais |
assistência médica |
vale-refeição |
vale-alimentação |
assistência odontológica |
auxílio combustível |
A valorização das cestas flexíveis
As vivências mais maleáveis, experimentadas pelos profissionais ao longo da pandemia, continuarão sendo valorizadas ao final dela, em diversos aspectos, incluindo os benefícios. As cestas de incentivos flexíveis, portanto, chegaram para ficar. Nesse sentido, mesmo que atualmente apenas 19% dos profissionais tenham indicado poder escolher os auxílios que se adaptem melhor à sua realidade, 67% apontam que gostariam de contar com a opção de escolha. No entanto, é interessante ressaltar que houve um avanço nesta questão. Há aproximadamente um ano, 11% dos entrevistados indicaram poder escolher seus benefícios.
TOP 10 – Benefícios mais oferecidos pelas empresas atualmente |
assistência médica |
vale-refeição |
notebook |
assistência odontológica |
vale-alimentação |
vale-transporte |
celular + chip |
estacionamento |
auxílio-combustível |
apoio psicológico |
Em vista da mudança de cenário com o crescimento da modalidade híbrida, o ranking de incentivos ofertados passou por algumas mudanças. Auxílios financeiros para montar o home-office e incentivos de internet caíram de posição em favor do auxílio combustível, impulsionado pela inflação, e da volta do vale transporte entre os 10 mais oferecidos.
Home office como modalidade de trabalho e não mais como benefício
Até o começo de 2020, o trabalho remoto não fazia parte da realidade da maioria dos trabalhadores brasileiros. De acordo com os entrevistados, apenas 21% tinham a possibilidade de trabalhar de casa antes da pandemia. Entre os recrutadores, 26% disseram que já ofereciam home office como parte do pacote de benefícios corporativos.
No entanto, a sociedade passou por disrupções que promoveram mudanças no cerne do mercado. Ficou claro ser possível contribuir para a prosperidade dos negócios, independentemente da localização geográfica em relação à organização. Se antes o trabalho remoto era visto como um benefício, hoje o colaborador tem a consciência de que está diante de um modelo de trabalho preparado para o futuro. Essa percepção é compartilhada por todas as categorias entrevistadas pela Robert Half. Entre os empregados, 77% enxergam o home office como um modelo de trabalho. Já entre os recrutadores, 72% emitem a mesma opinião. Ao ouvir os desempregados, a porcentagem atinge 80%.
Oferecido x desejado
Embora seja visível a preocupação das companhias em promover mudanças nas cesta de benefícios, muitas vezes os incentivos ofertados não condizem com a real necessidade dos colaboradores. Como resultado da pesquisa, 55% dos profissionais estão satisfeitos com os auxílios que recebem atualmente e 77% gostariam que alguns mudassem daqui para a frente. Na última edição do estudo, o índice de satisfação captado foi mais alto, e 66% dos entrevistados apresentavam contentamento.
“A adaptação por parte das empresas é perceptível e tangível após profundas transformações do mercado. Porém, é preciso ter em mente que as preferências sobre como e onde trabalhar são versáteis e particulares, especialmente em um contexto de trabalho híbrido. Logo, minha principal orientação é que as companhias escutem o que os colaboradores têm a dizer, os incentivando a compartilhar suas experiências e realidades. A conversa e a tomada de decisão em conjunto, de maneira transparente, são benéficas para ambas partes e colaboram para um ambiente de trabalho mais harmônico”, finaliza o diretor-geral da Robert Half.
Sobre a pesquisa
A pesquisa “Benefícios: o que mudou” contou com a participação de 358 profissionais de diferentes níveis, setores e áreas de atuação. As respostas foram coletadas de forma online entre os dias 2 e 27 de maio de 2022.