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Entre o físico e o digital, escolho as pessoas

As empresas têm a chance de se tornar cada vez mais a soma de todas as suas pessoas e não o oposto, e isso me parece lindo

Definitivamente, não estamos mais naquele mesmo mundo. Ainda bem, mudamos, evoluímos, crescemos, amadurecemos. Há uma aparente distância interpessoal promovida pela digitalização (essa conversa pode ir longe, mas vejo mais um “e” do que um “ou”). Porém, por mais que encontros remotos não sejam a mesma coisa que os encontros físicos, as dinâmicas virtuais também podem desbloquear novas formas de interação, de conexão, de intimidade e de crescimento.

É preciso ter em mente que uma abordagem não é melhor ou pior do que a outra, apenas diferente; o que importa mesmo é o propósito dessas interações, que são protagonizadas, sempre, por pessoas, portanto, humanas e intencionais.

Esse é o primeiro passo para não culparmos as diferentes modalidades de interação, sejam elas físicas ou digitais, pelas eventuais insatisfações. A adaptação a esses cenários é fundamental, pois ambos permanecerão dialogando entre si e se fazendo presentes em nosso dia a dia.

Em dezembro de 2020, escrevi um artigo no qual afirmei que, no momento em que você abraça as ferramentas à sua disposição (zooms, meets, slacks, notions, workplace, etc.) e vê suas vantagens, colocamos as “limitações” para trabalharem a nosso favor, e não contra.

Toda vez que apenas gritamos nossas frustrações, estamos enviando uma mensagem de que não estamos totalmente presentes e sentimos falta de algo, ou não estamos satisfeitos com a experiência e nossa presença não é tão completa.

Admirável mundo novo

O e-book Work Ready é um ponto de vista que desenhamos sobre o futuro do trabalho e o que já está sendo colocado em prática hoje com todas as mudanças radicais pelas quais esse universo vem passando. Norteada por diversos princípios, essa reflexão entende que o futuro já está aqui, uma vez que a capacidade de adaptação das empresas – e, na real, das pessoas que as compõem – vai determinar a continuidade dos negócios.

O Work Ready é sobre como as relações humanas se transformaram com o fortalecimento da digitalização. É sobre conseguir entender que não preciso desligar a câmera quando meu filho entra no quarto – agora, um escritório – durante uma videochamada, por exemplo, e que quaisquer tipos de interações representam, sobretudo, oportunidades para mostrar quem realmente somos de maneira genuína, íntegra e sempre real.

As empresas têm a chance de se tornar cada vez mais a soma de todas as suas pessoas e não o oposto, e isso me parece lindo.

Dada a importância da colaboração gerada pela união desses universos que compõem nossas realidades no trabalho – capazes de reunir de duas a três pessoas ou centenas delas –, podemos aproveitar isso para compartilhar nossas experiências do modo mais autêntico.

Valores geram mais valores

No mundo em transformação constante não existe uma solução única, nem simples. Determinar as melhores plataformas, ferramentas, formas de colaboração e afins, aquelas que aproximam os times de seus potenciais máximos, é um desafio constante, diário, que precisa ser enfrentado de forma colaborativa.

São desafios enormes, mas têm uma provocação fundamental: a tarefa não pode abraçar a exclusão! Seria deixar a tecnologia trabalhar contra nós. Temos que unir aquilo que há de essencial no que fomos e no que somos agora para, só então, definir o que seremos, ou seja, entre esperar o futuro, que tal desenhá-lo, juntos?

Uma certeza, aqui, está concretizada para mim: entre o físico e o digital, escolho as pessoas.

Escolho a liberdade de escolha. Escolho o encontro físico com intencionalidade. Escolho a autonomia de trabalhar nas horas mais produtivas ou possíveis para cada realidade. Escolho o qualquer lugar. Escolho a diversidade, e as múltiplas possibilidades de inclusão a partir do “remote at the center”. Escolho tirar o melhor de um mundo novo de infinitas possibilidades.

Não é simples, nem óbvio, mas há uma oportunidade enorme para todos.

No fundo, é nada sobre ferramentas, remoto ou presencial. É sobre nossas relações, nossas intenções e o propósito que nos une. É sobre desenharmos um futuro melhor, usando a tecnologia a nosso favor, entendendo o mundo como uma aldeia global conectada, que pode nos levar a lugares inimagináveis e muito melhores. Por isso tudo, escolho as pessoas, é sobre elas! O resto virá!